segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Manteiga de Cupuaçu X Manteiga de Karite



Nós da Amarílis queremos levar vocês a refletirem sobre o porquê da sub utilização das matérias primas nacionais em função das importadas.
Será falta de divulgação ? Custo elevado para extração ? Falta de interesse do Governo na pesquisa e desenvolvimento de insumos genuinamente nacionais ?
Opinem vocês depois de ler a matéria reproduzida.

Aceitação dos insumos naturais obtidos no Brasil é maior no exterior
por Rose de Moraes

Nos últimos cinco anos, grande parte das exportações de cosméticos produzidos no país, muitos deles formulados com ativos e insumos provenientes da região amazônica, alcançou crescimento acumulado de 165%, correspondendo à soma de US$ 537,5 milhões. Tal resultado confere ao Brasil a fama de grande fornecedor de cosméticos de origem natural em mais de 130 países, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos­méticos (Abihpec).

Valorizados nas aplicações cosméticas, sob muitos aspectos, os insumos “verdes” brasileiros agradam ao mundo, mas, em alguns casos, parecem ainda não estar suficientemente reconhecidos em seu próprio território, tanto no que diz respeito à grande disponibilidade de oferta local quanto à eficácia nos produtos para rejuvenescimento e outros tratamentos cosméticos.

As sementes do cupuaçu podem ser tomadas como um dos melhores exemplos. Ricas em triglicerídeos de ácidos graxos como esteárico, oléico e araquídico, que dão origem a manteigas com alto poder de umectação e hidratação, ainda são pouco utilizadas na produção cosmética local, podendo produzir efeitos altamente benéficos sobre a pele, porém seus ativos são quase que integralmente direcionados (95%) aos mercados internacionais.

A bem da verdade, descartando as motivações relativas a custos, a permanência dessa situação é intrigante. Técnicos e especialistas que atuam em grandes companhias provedoras do setor ainda não conseguiram avaliar muito bem por que em lugar de fazer uso intenso da manteiga de cupuaçu, o Brasil vai buscar lá fora, na África, a manteiga de karitê para formular aplicações cosméticas nacionais com propriedades semelhantes e, em alguns casos, até de mais baixa eficácia em comparação com as propriedades oferecidas pela manteiga de cupuaçu brasileira.

“As aplicações cosméticas de ativos da linha Amazoncarechemicals da Cognis, como a manteiga de cupuaçu, poderiam crescer bem mais no Brasil”, reconhece o doutor em química Henrique Jorge Sales, gerente regional de tecnologia da Cognis Brasil, empresa do grupo Cognis, líder mundial na produção de insumos cosméticos.

Ao compartilhar da mesma opinião, Tânia Fazzi, gerente de assistência técnica da Beraca, afirma que a manteiga de cupuaçu pode substituir com vantagens a manteiga de karitê, “e também apresenta capacidade de absorção de água e hidratação muito superior à da lanolina, podendo ser empregada em concentrações desde 4% até 10% em produtos para a pele e cabelos”, afirmou.

Os benefícios oferecidos pelas manteigas de cupuaçu vão além. Dados divulgados pela Abihpec atestam o poder de hidratação superior do cupuaçu e que seu uso também favorece, comprovadamente, a proteção das fibras capilares.

Segundo Sales, da Cognis, os fitoesteróis presentes na manteiga de cupuaçu são importantes repositores da barreira lipídica da pele, e agem minimizando o ressecamento e a desidratação cutânea, além de absorverem as radiações UVB e UVC e ter alta capacidade de absorção de água, correspondendo a até 240% em peso. Essa privilegiada matéria-prima para uso cosmético ainda contém substâncias como esqualeno e tocoferóis, compostos de grande importância na prevenção do envelhecimento cutâneo.

Desde 1999, produzida pela Cognis na fábrica de Jacareí-SP, a manteiga de cupuaçu (Cegesoft TGB) é recomendada em pequenas proporções, entre 0,5% até 1%, em se tratando de xampus, e mesmo assim possibilita significativa hidratação das fibras capilares. Em concentrações um pouco maiores, desde 0,5% até 10%, encontra aplicações em formulações de condicionadores, cremes e loções hidratantes, sabonetes, batons e até desodorantes.

Fonte: Texto reproduzido da Revista Química e Derivados
Edição nº 471 de Março de 2008

Um comentário:

Unknown disse...

Realmente esse é um fato curioso! Nós, brasileiros, temos toda a matéria-prima naturalmente rica em insumos para a produção de excelentes cosméticos.
São aplicáveis em tratamentos estéticos e medicinais, porém tais produtos são consumidos em maiores quantidades pelo mercado estrangeiro.
Outro fato interessante que chamou minha atenção 2 anos atrás, foi referente a LAMA NEGRA produzida na Cidade de Peruíbe - Litoral Paulista.
A LAMA NEGRA ultilizada na cura terapêutica de manchas da pele, rugas, celulite e cloasmas, como também problemas reumáticos, é mais uma das nossas matérias muito procurada por pessoas de outras nacionalidades.
Prefiro acreditar que tais fatos devem-se à falta de divulgação pelo território nacional, ou pouco conhecimento dos brasileiros referente aos benefícios que os insumos amazônicos podem proporcionar.
Muito recomendada e útil a informação do blogger, pricipalmente aos profissionais da estética e tratamentos terapêuticos.

Roberto Rubbo - SP.

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